Os termos obesidade e excesso de peso referem-se ao peso corpóreo elevado com relação à estatura. Suas definições são arbitrárias e baseadas nas estimativas atuais de peso corpóreo ideal (ideal body weight, ou IBW), isto é, o peso corpóreo associado às menores taxas de morbidade e mortalidade.
A causa da maioria dos casos de obesidade é desconhecida. Doenças endócrinas, como o hipotireoidismo ou a Doença de Cushing (produção excessiva de corticosteróides), são causas raras. Fatores genéticos interagem com fatores ambientais: 80% das crianças filhas de ambos os pais obesos são obesas, enquanto somente 14% das crianças com ambos os pais normais são obesas. O principal mecanismo de ganho de peso é o consumo excessivo de calorias em quantidade maior que as necessidades energéticas diárias, mais os processos normais que controlam o consumo de alimentos não estão muito bem entendidos. Raramente, tumores no hipotálamo resultam em consumo patológico de alimentos (hiperfagia). Entretanto, o defeito específico na maioria dos casos de obesidade no homem ainda não foi demonstrado.
O tratamento da obesidade gira em torno de restrição dietética, aumento da atividade física e modificações comportamentais. O principal problema é modificar os padrões de consumo de alimento dos pacientes a longo prazo e, mesmo entre aqueles que perdem peso, o retorno do ganho de peso é muito comum. Cirurgias para limitar o tamanho do reservatório gástrico podem ser consideradas para os pacientes que estejam 100% acima do IBW.
Complicações médicas da obesidade incluem um aumento de duas a três vezes nas taxas de hipertensão, pedras na vesícula, diabetes e cinco vezes maior risco de carcinoma endometrial.
Pacientes obesos têm níveis de antitrombina III plasmática diminuídos, o que os predispõe à trombose venosa (patologia que ocorre a formação de coágulos sanguíneos, fluxo venoso anormal) (Correlações Clínicas p. 8.8).
BRAY, G. A; Complications of obesity. Ann. Intern. Med. 103:1052, 1985; and Bray G. A. The Syndromes of obesity: an endocrine approach. In: LJ. DeGroot (ed.), Endocrinology, vol. 3, 3rd ed. Philadelphia: Saunders, 1995, p. 2624.
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