A síndrome metabólica é um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovasculares, como também disposição de gordura abdominal localizada, resistência à insulina, entre outros fatores metabólicos como o uso de drogas e etanol. É importante destacar na associação entre síndrome metabólica e doença cardiovascular, que há um aumento de mortalidade geral em até 2,5 vezes.
Não há estudos sobre a prevalência da síndrome metabólica com dados representativos da população brasileira, mas varia entre 12 e 28 % nos homens e 10 a 40% nas mulheres.
Nos últimos 50 anos, as doenças crônico-degenerativas tem aumentado na população brasileira, particularmente nas crianças e adolescentes, sendo o aumento da obesidade infanto-juvenil motivo de grande preocupação.
As sociedades brasileiras de hipertensão, cardiologia, diabetes, endocrinologia, metabologia e de estudos da obesidade reuniram-se com o objetivo de definir critérios para o diagnóstico e tratamento da síndrome metabólica adaptados à realidade do nosso País e foram definidos como de importância: Obesidade abdominal por meio de circunferência abdominal, glicemia, triglicerídeos, pressão arterial, peso e índice de massa corporal.
A correção do excesso de peso, do sedentarismo e da alimentação inadequada é uma das ações prioritárias no tratamento da síndrome. A adoção de uma dieta balanceada constitui uma medida fundamental, com o objetivo de normalizar os níveis de pressão arterial, corrigir as dislipidemias e a hiperglicemia e, conseqüentemente reduzir o risco cardiovascular.
As evidências favorecem as dietas ricas em fibras, pobres em gorduras saturadas e colesterol e com reduzida quantidade de açúcares simples. A redução de 5 a 10% do peso está associada à melhoria dos níveis da pressão arterial, do controle metabólico e até mesmo da mortalidade relacionada ao diabetes. Recomenda-se limitar a ingestão de bebidas alcoólicas a um valor de 30 ml/dia de etanol para homens e a metade dessa quantidade para mulheres.
A atividade física também deve ser enfaticamente estimulada, sempre adequada à faixa etária e ao condicionamento físico de cada indivíduo, já que sua prática moderada por 30 a 40 minutos diários está indubitavelmente associada ao benefício cardiovascular. As atividades mais intensas são em geral necessárias para induzir maior perda de peso.
Quando essas medidas não fazem o efeito esperado, se faz necessário o tratamento com medicamentos para suprir o controle dessas patologias e redução da morbimortalidade. O diagnóstico exige tratamento complexo, sendo de suma importância a participação do paciente para ajudar a atingir as metas do tratamento e, possivelmente a sua cura.
Fonte: Associação dos Médicos de Santos – Dr. Arnaldo Duarte Lourenço – Presidente.